quinta-feira, 24 de outubro de 2013

alteridadE

A cidade inteira é um arsenal de instigações.

São erguidos monumentos calcários, são moldadas parafernálias de cores férreas, são impregnadas pinturas retilíneas nas paredes e nas placas. Isso tudo vai enchendo a gente assim de questões, de modo que a gente passa mais tempo realocando as imagens anteriores e menos respondendo ao desejo premente das recentes.

Quando mini-mundo se encorpa a este ponto de dar medo de não saber mais onde ele termina, o que é que a gente faz com as coisas que são conhecidas e são ainda assim hiperatraentes? Dá uma vontade bendita de verter a presença das coisas íntimas e amadas em monumentos, parafernálias e pinturas do contra-fluxo da superveniência das coisas surgentes.

E digo mais, a inconveniência do texto é a mesma que a cidade me provoca: um objeto parado num canto da mente, observando os outros flutuarem no entorno, esperando uma colisão.


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