cinzenta São Paulo
como cinza são os assentos dos que são tolerados
de vestes justas
espiadas pelos olhos injustos que não vêem mas riem
cheirosa de modernidade
e fede o rio que parou afogado pelo mar que corre
em faixa
múltipla
imunda pelo mundo cão
que se limpa na arrogância de quem não olha para baixo
e abaixa
cercada de janelas
e livres ficam os olhos que não têm o que mirar - [alvo fácil]
passadas velozes, calçadas velozes, buracos velozes
lentamente se adem ao céu, vez por outra pulam pra subir
calada no polvilho do asfalto
barulheira da desordem dos que nascem sem lar, sei lá
alegre nos títulos de mais-mais
escondida do sol tristonho que convida e expulsa
dissolvendo as migalhas migrantes...
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