quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

a estadia do afagO


Tendo se antecipado aos sentimentos do mundo - inclusas as dores -, veio feito o sereno, como um tecido que abraça a noite, antropófaga. Os seres fervilhavam, aflitos, desdenharam de seu bailado elíptico, acharam tratar-se da paisagem de pavimentos recém-desenhados, tais quais asfaltos amorfos duradouros de um só verão, como abraços de um coração só. A começar pelos olhos, fugiam do breu, envernizados de um branco roubado do seringal dos sonhos dantescos; olhos nada severos, mas resilientes, divergem dos braços voluntariosos, audaciosos de buscarem segredos em minhas vértebras - (ahr!) os teus dedos nada misericordiosos... (ahr!). E no seu ventre se esconde o furor de uma primavera carnavalesca: é festa e o vinho tinge os nossos medos de lilás, ruboriza anjos caídos, desencaminha. Passam-se semanas e o meu sangue ainda tem cheiro das raízes do teu desejo laçadas em meus braços trêmulos. Caem sementes tuas no planalto dos meus pés aquecidos e brotam anéis siderais, mensageiros de um afeto que se desenha avesso à mentira, essa duna movediça. Toma e guarda o meu coração em teu juízo, afeto meu! O meu lar é também teu, e faz de mim a tua morada.
[o pensamento é tão sazonal...]

Um comentário:

Sir Gil disse...

Hey!

Thanks God! You are still alive!

Sir Gil