quinta-feira, 23 de agosto de 2012

o indizível mora ao ladO


ainda paira no ar um sentimento de engasgo das coisas potenciais
e uma árvore geme o calor da tarde rota
é onde me seguro, é onde vive escuro, é onde morre o muro

pra onde vão todos esses seres sequenciais?
deve haver uma frabriquinha de similitudes
donde brotam igualdades satisfeitas, monocromismos
deve haver algum selo anti-recessividade, anti-antitético

o acaso parou no boteco, pediu uma água com gás
pôs-se a arrotar e pediu a conta da sede;
não satisfeito, sorriu para a garçonete
que entendeu: lugar de imprevisto é onde não se pede


{ dedicado ao meu recesso }



2 comentários:

Anônimo disse...

Nossa, adorei o teu texto...Se for teu, sugiro que faça uma publicação, em breve...De alto potencial...de verdade...e olha, que entendo de publicações...podes fazes uma espécime de ensaio...espere se formar...mantenha o blog que está optimo e desejo, desde já, muito sucesso em sua empreitada de escritor...de qualquer forma, também, te parabenizo pelo blog...é raro, uma espaço, como este, destinado a coisas úteis...Parabéns! Pedro.

Bravo disse...

Sim, o espaço é essencialmente autoral. Aproveito-me das formas, das cores, das imagens gráficas, mas as ideias nascem do fundo do meu peito [exigindo fôlego, mas vêm]. E fico contente que você tenha se demorado um pouco aqui, digerindo algumas palavras. É self-service. Abraços!